A comunicação dirigida está entre as modalidades de comunicação que pode alcançar os objetivos de maneira mais rápida e precisa, comunicar a um público certo exatamente aquilo, e somente aquilo, que lhe diz respeito.
Comunicar de forma dirigida, no entanto, dependendo do tamanho do público, apresenta-se como alternativa, embora seja eficaz, um tanto cara. Quando pensamos então na diversidade de público que uma organização pode ter, imaginamos aí a dificuldade de se utilizar da comunicação dirigida com cada um deles, sem que para isso seja demandado um gasto considerável. Contudo, comunicar é uma necessidade básica de qualquer organização, e comunicar de forma dirigida é uma das maneiras que melhor garante a efetividade da estratégia comunicacional. Isso porque, segundo Teobaldo de Andrade (2001, p. 34) a comunicação dirigida “se apresenta como a especificação e personalização da informação”. Portanto, nela não há a possibilidade de incerteza que está presente na comunicação massiva. Ao menos a convicção de que a estratégia de comunicação alcançou aqueles que por ela deveriam ser alcançados já faz da comunicação dirigida uma excelente ferramenta para a consecução dos objetivos traçados no planejamento da comunicação organizacional.
Ao considerarmos a comunicação digital como uma das oportunidades a serem aproveitadas no atual contexto em que a internet e as mídias sociais já são uma realidade para uma parcela significativa da população, temos que tomar nota da relevância a ser dada às mídias sociais, principalmente se (por meio de pesquisa) constatar-se que os stakeholders da organização utilizam-se com frequência desses meios de comunicação e informação.
Analisando a comunicação digital no contexto da comunicação dirigida vislumbra-se no Facebook, mídia social já muito utilizada no Brasil, uma possibilidade estratégica de fazer comunicação dirigida por meio do recurso “grupos” disponibilizado por essa mídia.
Obviamente, vale repetir, antes de se começar a usar algumas possibilidades que a comunicação digital nos oferece é necessário considerar muitas variáveis, como por exemplo, se realmente o seu público(s) se utiliza do tipo de mídia escolhida (ou melhor, a mídia a ser usada deve ser aquela que o público da organização se utiliza); além disso, as estratégias de comunicação dirigida empreendidas por meio da comunicação digital devem estar alinhadas ao planejamento estratégico de comunicação.
O recurso “grupos” do facebook é uma possibilidade de reunir pessoas que se interessam por um mesmo assunto, são espaços para a discussão de um único tema central, atraem as pessoas e as unem em torno de um tema de interesse comum, ou seja, é útil para se alcançar o escopo da comunicação dirigida. Segundo informações do site “Tudo Sobre Facebook” os grupos funcionam como “murais” - espaço disponível para publicações as mais diversas-privativos a certas pessoas, nos quais se pode fazer e utilizar todos os demais recursos disponíveis nessa mídia social dentro de uma esfera restrita aos integrantes do grupo.
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Este recurso oferece a viabilidade de se criar 3 tipos de “grupos”: secreto, aberto e fechado. Num grupo tipo “secreto” somente sabem da existência dele aqueles que já fazem parte ou que vierem a ser convidados a fazer, ninguém na rede consegue saber da existência dele, não é um tipo interessante para se fazer comunicação dirigida. O grupo fechado é interessante porque qualquer internauta pode achá-lo no ciberespaço, no entanto, somente pode ver as publicações nele feita caso um “administrador” aceite o seu convite ou mesmo o convide a participar do grupo.
O grupo tipo “aberto” parece ser o que melhor atende à necessidade de comunicação dirigida de determinada instituição. Vejamos, no grupo tipo aberto todos podem encontrar o grupo, ver quem dele participa e também se pode visualizar as publicações e interações que no mesmo ocorrem; caso queira participar ativamente o internauta deve solicitar. Ora, imagine-se um facebook de uma determinada prefeitura no qual houvesse disponível “grupos” referentes à cada secretaria; esses grupos (se do tipo “abertos”) poderiam ser encontrados por qualquer do povo e as publicações e discussões neles presentes seriam imediatamente visualizados, levando àqueles que têm interesse a solicitarem a participação no grupo. Em se tratando de empresas privadas poder-se-ia também variar os grupos de acordo com os serviços e/ou produtos disponibilizados pela empresa.
O recurso “grupos” do Facebook é um espaço fértil para a condução da comunicação dirigida de forma prática, simples e relativamente barata, são verdadeiros exemplos de possibilidades de comunicação dirigida que se levados a sério por qualquer instituição podem desembocar em um processo de comunicação sólido entre os públicos e as organizações. No entanto, dadas as singularidades do espaço virtual (informação em tempo real; grande e simultâneo volume de informação; a expectativa certa de que essas mensagens podem atingir contornos inimagináveis, etc.) é fundamental que, ao se permitir comunicar utilizando-se de tais ferramentas, lance mão de profissionais capacitados e treinados a desenvolverem a comunicação dirigida nesses espaços (sempre alinhados aos objetivos estratégicos da comunicação) de modo a oferecer acompanhamento contínuo e ininterrupto das discussões ocorridas no espaço dos grupos. Se tal fator não for considerado o que poderia ser uma grande estratégia de comunicação digital tornar-se-á uma verdadeira ameaça para a imagem e reputação institucional.
Fonte: http://www.tudosobrefacebook.com.br/wp-content/uploads/2011/03/grupos1.png (acesso em 18 de outubro de 2012).
Fonte: http://www.tudosobrefacebook.com.br/wp-content/uploads/2011/03/grupos1.png (acesso em 18 de outubro de 2012).
Por Nívea Patrice