quarta-feira, 31 de outubro de 2012

AS OLIMPÍADAS E AS REDES SOCIAIS

Agora o esporte mundial tem uma forte aliada. Em 26 edições dos Jogos Olímpicos e 17 da Copa do Mundo a comunicação nunca esteve tão presente no meio esportivo, ou nunca foi tão relevante em qualquer outra área como tem sido hoje. A globalização e principalmente a evolução digital construiu uma nova dimensão de propagação da informação e novos ambientes de relacionamento. As redes sociais revolucionaram as formas das relações interpessoais, proporcionando maior dinamismo, interatividade e abrangência, não somente no modo corriqueiro de se relacionar, mas no próprio fluxo de informação e no ramo dos negócios. De acordo com o site Mashable, em 4 anos o número de usuário do Facebook cresceu de 100 para 900 milhões, e do Twitter, de 6 milhões para meio bilhão. Os Jogos Olímpicos de Londres foram os primeiros da história a serem marcados pela dinâmica das redes sociais, como o Twitter e o Facebook. 

Sem se perder nos passos da Web 2.0, o Comitê Olímpico Internacional incentivou e intensificou o uso das redes de relacionamento durante o evento para o “telespectorcedor”. Em sua página no Facebook, o Comitê possui mais de 3 milhões de fãs, e 870.000 seguidores no Twitter. Apostar na comunicação e nos relacionamentos é a maior cartada que uma organização possa dar no processo de fomentação de sua imagem e conceitos, além do mais, “quem não é visto não é lembrado”, e quem não quer ter o seu nome associado a um outro grande nome? Grandes eventos sempre reúnem grandes marcas, e são, sem dúvida, uma grande (senão a maior) oportunidade de mostrar o potencial e reafirmar o seu valor no mercado. Nas Olimpíadas de 2012, 53 patrocinadores, como a Coca-Cola, McDonald’s e Adidas, ligaram as suas marcas ao esporte, a fim de abraçarem todos os continentes do mundo. 

E o que seria mais eficaz do que essa aposta? Exatamente a aposta nas mídias sociais. Unindo o útil ao agradável, algumas marcas investiram em campanhas e no próprio relacionamento com os usuários das redes. A Panasonic fechou um acordo com a Olympic Broadcast Service para a emissão dos jogos em 3D diretamente do Parque Olímpico de Londres. A P&G promoveu uma campanha com vários filmes em diversas línguas e países, em homenagem às mães dos atletas por ajudarem seus filhos a alcançarem o sucesso. A empresa de produtos esportivos, Centauro, anunciou a cobertura das Olimpíadas de 2012 via Facebook, Twitter e blogs, e concederá descontos aos seus clientes de acordo com o desempenho do Brasil nas competições. O Comitê Olímpico também disponibiliza alguns portais na web durante todo ocurso do evento. O site oficial hub.olympic.org dispõe vários endereços e perfis de redes sociais dos atletas. No agregador do Google para o conteúdo sobre as Olimpíadas, há uma seção com os endereços de todos os times olímpicos no Google+. No site clic.rs/sigabrasil, é possível encontrar os perfis do Twitter, Facebook e Instagram dos atletas da comitiva brasileira em Londres. Os usuários das redes também podem curtir a página Jogos Olímpicos Londres 2012, no Facebook, e seguir o perfil @Londres2012_BRA, no Twitter. 

Apesar das mídias sociais serem um espaço aberto e livre de censura, durante as Olimpíadas, os participantes dos Jogos não podem se pronunciar de forma que não seja na primeira pessoa, nem fazer menção a um outro atleta, além de não publicarem vídeos, a fim de não competirem com os direitos de transmissão vendidos pelo Comitê Olímpico Internacional. Assim como o meio esportivo, é praticamente impossível destituir qualquer outro segmento ou grupo dos domínios da rede, dos seus canais, dos apps e dos dispositivos móveis. É a lei natural da Era da Informação e da Convergência. Se por um lado as relações caminham para uma restrição de relacionamentos à base de fibra ótptica e satélite, por outro, essa caminhada acontece em passos largos em direção da transposição dos limites e democratização da comunicação. 

Por  Hans Cutrim